Em Genebra, o Comitê Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) irá promover a maior experiência da física nas últimas décadas. O Large Hadron Collider (LHC - em português Grande Colisor de Hádrons) é um instrumento científico gigantesco, próximo a fronteira entre a Suíça e a França, a cerca de 100 metros no subsolo. Trata-se de um acelerador de partículas, de forma circular com um perímetro de 27 km de extensão, feito com 1.232 pólos magnéticos (tubos, como canudos um perto do outro), cada um medindo 15 metros e pesando 25 toneladas. Preenchendo o interior dos tubos há 96 toneladas de hélio resfriado a -271°C, a menor temperatura que existe - a temperatura do Universo é -270,5ºC. Por onde passam esses tubos, no decorrer do túnel, existem quatro detectores: Atlas, A Large Ion Collider Experiment (Alice), Compact Muon Solenoid (CMS) e LHCb. Os físicos o utilizarão para estudar pequenas partículas - os alicerces fundamentais de todas as coisas. Dois feixes de partículas subatômicas chamado "hadrons" - ou prótons ou íons chumbo - vão viajar em direções opostas circular no interior do acelerador, a 99,99% da velocidade da luz, ganhando energia com todas as voltas até se chocarem. Físicos pretendem então recriar as condições pouco depois do Big Bang. Equipes de físicos de todo o mundo irão analisar as partículas criadas nas colisões utilizando detectores especiais, em uma série de experimentos dedicado ao LHC. A previsão é de que o LHC entrará em funcionamento em Agosto de 2008.
Por outro lado, na corte federal do Havaí, os cientistas Walter Wagner e Luis Sancho abrem um processo contra o CERN para evitar, segundo eles, o fim do mundo. Estes cientistas alertam que o choque de prótons poderia produzir um buraco negro ou algo que acabaria engolindo a terra. O processo também acusa o laboratório de não ter feito os estudos ambientais necessários e que as consequèncias do teste poderiam ser fatais.
“Mas os pequenos buracos negros que podem, eventualmente, se formar não trazem perigo algum”, afirma a professora do Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Maria Cristina Batoni Abdalla. Isso porque eles não tem estabilidade, ou seja, vão desmanchar sozinhos logo após serem criados.
O custo de construção do LHC até agora é de US$ 8 bilhões, e estima-se que (se tudo der certo, né?) as reações efetuadas pelo acelerador de partículas devem gerar 15 petabytes (ou 15 milhões de GBs) de dados, a serem disponibilizados tanto para cientistas localizados no campus do laboratório quanto para dezenas de universidades e centros de pesquisa espalhados pelo mundo.